Levando em conta o cenário atual, nos próximos cinco anos, o setor de tecnologia pode enfrentar um déficit de 573 mil profissionais para trabalharem na área. Os dados são da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), que leva em conta o fato de cerca de 53 mil profissionais se formarem anualmente e a previsão de que serão abertos 800 mil novos postos de trabalho ao longo desse período. Ou seja, a conta não fecha.

O fato de não ter gente para ocupar tais posições preocupa empresas do meio que, hoje, já se mobilizam em busca de auxiliar na formação de pessoas para atuarem no segmento tech. Seguindo esse exemplo a pelo menos cinco anos, o DB1 Group, formado por empresas brasileiras de tecnologia que atuam nas Américas, Europa e Ásia, acaba de anunciar a edição de 2023 do DB1 Start.

Para esse ano, serão 200 vagas oferecidas, divididas em duas turmas de 100 pessoas, sendo uma agora, já prevista para início do curso no dia 6 de fevereiro, e a outra datada para começar em julho. Para se inscrever, basta o candidato acessar a página do DB1 Start, e declarar o interesse para participar do processo seletivo. As inscrições começam hoje e vão até o dia 19 de janeiro.

Mas quais são os critérios para participar? A DevRel do Grupo DB1, Gisele Passuti Barbosa, que também é coordenadora do projeto esse ano, responde: “ter no mínimo 18 anos de idade e ter acesso a um computador com internet para a realização dos estudos e atividades, sendo necessário de seis a oito horas por semana de dedicação às tarefas, uma vez que o programa tem duração máxima de cinco meses”, completa.

E mais importante que tudo isso, a coordenadora frisa o principal requisito necessário: não ter nenhuma experiência prévia com desenvolvimento e programação. Isso porque, o programa, que faz parte da Universidade Corporativa do grupo, a UNI421, é pensando inicialmente para “quem ama tecnologia, tem essa vontade de entrar na área, mas precisa daquele empurrãozinho inicial”. Ainda de acordo com Gisele, ele é destinado a quem está em busca de conhecer melhor o setor, visa uma futura transição de carreira e quer iniciar os estudos para a atuação tech.

Com isso, ao se inscrever no programa, a DevRel detalha que os possíveis participantes participarão de um processe seletivo, a fim de verificar se estão aptos a todos os requisitos, bem como fazer um mapeamento de perfil para a vaga no curso. Passado esse processo, ela destaca que, no dia 30 de janeiro, os candidatos ficarão sabendo se estão dentro do programa ou não.

Mudança na metodologia 

Uma vez incluso ao DB1 Start, o participante dessa primeira turma terá cinco meses para concluir o curso. E para esse ano, a coordenadora conta que tem uma novidade na metodologia. Diferente dos anos anteriores, nos quais os alunos precisavam seguir os horários das aulas pré-definidos, uma vez que as interações, na maioria das vezes, eram ao vivo com os profissionais da DB1 que desenvolveram o conteúdo, agora o programa segue uma versão mais autodidata.

“Nós estamos utilizando a mesma metodologia e trilhas do ano passado, mas entendemos que pra acompanhar o mercado de tecnologia e também nos adequarmos melhor ao perfil dos alunos, vamos permitir que cada um avance de acordo com a sua possibilidade. Não vamos limitar os conteúdos por semana ou turma, ainda que sempre tenha um grupo para que eles possam fazer trocas entre eles”, pontua Gisele.

Ela lembra que esse modelo é importante porque, além dos conteúdos, o DB1 Start está trazendo os alunos pra realidade de uma pessoa profissional da área de TI, que por muitas vezes precisa pesquisar e achar uma solução para os desafios que surgem por conta própria, sem a figura de um professor ou mestre. “Mas sempre podendo contar com os colegas, para fazer trocas e compartilhar”, frisa.

O método, ainda de acordo com ela, casa bem com a proposta do programa, de não apenas introduzir os conteúdos técnicos, mas levantar questionamentos do porquê utilizar determinado recurso ou solução, que é a skill chave que diferencia profissionais de senioridades diferentes.

Desta forma, o DB1 Start segue com uma formação 100% gratuita, digital e gamificada, com foco na resolução de problemas e introduções básicas na área de programação. O fato de ser um conteúdo autodidata, não exclui as interações ao vivo com profissionais. “Nós vamos ter uma abertura com a turma e a ideia é fazer meetups virtuais durante o programa”, finaliza Gisele.

Escalabilidade do programa 

Desde o início, o DB1 Start já formou centenas de pessoas, que inclusive, hoje, parte delas trabalham com o DB1 Group. Somente no ano passado, que o programa formou 80 pessoas, foram 2.693 aplicações. E apesar de não ter a garantia de uma vaga no final do programa, os melhores participantes podem ser encaminhados a possíveis oportunidades dentro da empresa, seja agora ou no futuro.

Além disso, em 2022 o projeto seguiu em expansão. Em uma nova fase, a capacitação chegou para alunos do ensino médio, em parceria com o Colégio Mater Dei, de Maringá (PR). Por conta da edição do programa de 2022, houve o contato por parte da instituição de ensino, interessada em adotar a metodologia. “Apresentamos o conteúdo para eles e assim eles decidiram por oferecer essa capacitação a mais para os estudantes, até então apenas alunos de ensino médio e ex-alunos”, completa.

SAIBA MAIS 

Como especificado, essa primeira turma possui 100 vagas abertas. As etapas e prazos seguirão o seguinte cronograma: