Luz, câmera e ação. A transição do ensino presencial para o ensino híbrido tem sido um desafio para educadores no mundo todo. Na Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza) as mudanças estão sendo acompanhadas, também, por muita diversão e aprendizado.
Com a nova proposta de ensino, os profissionais estão buscando informações para produzir conteúdos para o digital. A ação, impulsionada pelo Centro de Inovação Educacional (CIE) da instituição, ofereceu treinamentos que envolvem técnicas de posicionamento diante das câmeras, dicção, uso de ferramentas e recursos para captação e edição de imagem.
Para a professora Maria do Carmo Rosa o treinamento é a oportunidade de conhecer um mundo novo e desenvolver habilidades. “Nós trabalhamos isso com os alunos, mas neste momento também estamos aprendendo e trabalhando com todos os nossos bloqueios. Enquanto educador precisamos redescobrir o que temos de melhor e rever talentos”, diz
No eixo de Esporte e Lazer, Zélia Cristina, conta que já realizava, informalmente, pequenas produções em vídeo. No período em que os funcionários da Fundhas estavam, em sua maioria, em teletrabalho, a professora de ginástica laboral gravou dicas de exercícios e alongamentos para serem feitos em casa.
“Entre erros e acertos, fui aprendendo. No início, eu não gostava de me ver nos vídeos, eu pedia para outras pessoas editarem pra mim”, relata
Ao longo do treinamento os professores foram desafiados a criar personagens e a perder o medo diante das câmeras. Maria do Carmo explica que neste sentido, o maior desafio não foi a timidez, mas a falta de contato físico e o olho a olho que faz muita diferença no processo de aprendizagem.
“Nas aulas gravadas não teremos o retorno visual dos alunos, diferente da sala de aula que já conseguimos identificar o que eles estão sentindo só pelo olhar.”
Mesmo sendo mais experiente nesta área, Zélia diz que o treinamento ajudou a lidar com a própria imagem e a se expressar melhor. “É um processo, estamos engatinhando ainda. Precisamos ter calma para falar, nos colocarmos no lugar das crianças e explicar as atividades de forma clara e objetiva, oferecendo recursos que eles encontram dentro de casa.”
Questões como tempo de atenção também foram trabalhadas durante o treinamento. Para isso, técnicas de teatro foram apresentadas para que o tom de voz e desenvoltura sejam utilizadas com o objetivo de manter o interesse das crianças e adolescentes.
“Foi uma experiência que dificilmente teríamos se não fosse a pandemia. Foi bom para vencer nossas inseguranças e encarar novos desafios”, finaliza do Carmo.
Para tornar o aprendizado ainda mais interessante para educadores e atendidos, a Fundhas tem realizado adequações estruturais para receber um estúdio de gravação. A entrega do novo ambiente está prevista para o segundo semestre.